Em ofício enviado ao Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (CFDD) – o IAB-BA questiona a adequação de uma proposta de intervenção no conjunto arquitetônico Solar Berquó, edifícação tombada que hoje abriga a Superintendência do IPHAN/BA à Rua Visconde de Itaparica (próximo a Baixa dos Sapateiros).
No documento, é levantada a preocupação de que haja uma descaracterização irreparável do quintal da edificação, inclusive com a supressão do único espaço verde e arborizado daquela área da cidade. “Esse quintal passará a ser excessivamente ocupado por estacionamentos, além de um novo edifício, a ser construído no centro da área verde para abrigar uma garagem para os veículos oficiais, que certamente interferirá de forma significativa na visualização do Solar”.
O Solar Berquó é um exemplar da arquitetura civil colonial no país, formado por um sobrado de influência portuguesa com início de construção em 1691. O edifício, de planta mais ou menos quadrangular, desenvolve-se em trono de um pátio e escadaria central e possui, além do subsolo, dois pavimentos e sótão.
Em suas considerações, o IAB-BA ressalta entender a necessidade de execução de obras de conservação no Solar Berquó, bem como de adequação da edificação as novas tecnologias, mas acredita que “um estudo específico e aprofundado às necessidades do conjunto arquitetônico e a seu entorno, certamente resultaria em um projeto mais adequado ao diálogo com a ambiência seiscentista garantida até então”.
Para o IAB-BA, uma alternativa à intervenção proposta pode ser a recuperação e adequação de alguns dos muitos imóveis no entorno do Solar para abrigar as demandas da Superintendência do IPHAN/BA. “Garantir a integridade do Solar deve ser interesse do próprio IPHAN a fim de seguir as políticas de preservação do patrimônio histórico e cultural que o órgão defende”, acrescenta Luiz Antonio de Souza, presidente do IAB-BA.
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