O resultado da Premiação IAB-BA 2019 foi divulgado hoje, 18 de dezembro, em solenidade na Faculdade de Arquitetura da UFBA, após a posse da nova diretoria da entidade. Este ano, os prêmios foram para trabalhos inscritos nas categorias Projeto Salvador e Urbanismo e Paisagismo, sendo os vencedores George Gomes e Adriano Mascarenhas, respectivamente. O júri, composto pelos arquitetos Marcia Meccia e Alexandre Prisco, deram ainda Menção Honrosa a Cynthia Alvin, por seu trabalho na categoria Projeto Salvador.
“A premiação IAB, dada a reconhecida tradição da entidade, tem expressiva importância para mim, como arquiteto. Fico muito feliz por ter este trabalho de criação de uma rede de abelhas polinizadoras em Salvador reconhecido”, disse George. Já Adriano, que teve premiado o projeto Requalificação do Patrimônio Urbano e Logístico da Colina Sagrada do Senhor do Bonfim, destacou a urgência de que jovens profissionais de arquitetura e urbanismo juntem-se ao IAB.
Como em todas as edições, a Premiação escolhe um arquiteto, com produção significativa que contribua para o desenvolvimento da arquitetura na Bahia, para ser homenageado com o Prêmio Arquiteto Diógenes Rebouças. Este ano, a entrega, feita pelo novo presidente do IAB-BA Luiz Antônio de Souza, foi para o prof. Heliodório Sampaio, Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo e Professor Titular da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia.
Prêmio Diógenes Rebouças
Heliodório Sampaio escolheu a arquitetura por encantamento. Ao se mudar para Salvador para o pré-vestibular pensava em fazer Direito, ou talvez Medicina, profissões que eram reconhecidas na época. Mas, ao ver um estudante de arquitetura envolvido com desenhos e projetos percebeu logo que era o que queria e mudou de rumo. Hoje, apesar da vontade confessa de ter projetado mais, destaca entre suas obras o segundo anel da Fonte Nova, na qual foi coautor e o mezanino da Faculdade de Arquitetura da UFBA, intervenção feita em projeto de Diógenes.
Ele faz questão de ressaltar a grande importância que o arquiteto teve em sua trajetória profissional. “Ele foi um mentor e mais, um verdadeiro pai para mim. Meu primeiro emprego foi para detalhar um projeto dele no Centro Industrial de Aratu e passamos muitos anos trabalhando juntos”, lembra. “Ao lado dele aprendi muito”.
A vocação para a carreira acadêmica veio de um convite de alunos, em 1968, para que fosse professor temporário na FAUUFBA. Em 2000, fez o concurso para professor titular e passou a ocupar a cadeira que foi de Diógenes Rebouças. “Nesses 51 anos estive à frente de vários cursos – de projeto à teorias da arquitetura, que enxergo como fundamental para a prática da profissão”.
Com esse pensamento, lançou livros com conceitos importantes para a área de planejamento urbano, na qual se especializou. “10Necessárias Falas: Cidade, Arquitetura e Urbanismo” e “Formas Urbanas Cidade Real e Cidade Ideal” trazem reflexões, ideias e percepções acerca de planejamento, arquitetura e urbanismo.
Mesmo o olhar apurado sobre a arquitetura não o estimula a traçar cenários futuros. “Vivemos atualmente num mundo de profundas incertezas em todos os campos – político, social, econômico e individual. A arquitetura é sempre o reflexo de todo esse caldeirão. O que eu posso dizer é o seguinte: o que fazemos no presente é que vai construir este futuro. E, infelizmente, considero que estamos fazendo pouco e trabalhando mal na arquitetura, no urbanismo e principalmente no planejamento urbano, que hoje é pensado pelas grandes corporações”.
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