O Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento da Bahia (IAB-BA), assinou junto ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU-BA) e ao Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Estado da Bahia (Sinarq) uma denúncia ao Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidades para a Educação, a Ciência e a Cultura) sobre a degradação do Centro Histórico de Salvador, considerado Patrimônio Mundial desde 1985.
As fortes chuvas que atingem a capital baiana desde meados de abril, evidenciaram a precariedade dos imóveis tombados, o que resultou na demolição de 31 deles pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por conta de risco de deslizamento de terra e desabamento, situação que provocou um óbito.
Segundo Solange Araújo, presidente do IAB-BA, a falta de medidas eficazes preventivas e de conservação do Centro Histórico, impulsionaram o envio da denúncia. “Salvador se destaca como o conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico colonial, de maior importância da América Latina. Conjunto que não se pode referir apenas ao casario, ou a sua restrita relação com os espaços públicos, mas a algo que extrapola o conceito de lugar e ganha a dimensão da paisagem urbana. Paisagem percebida e construída em memória coletiva, que neste momento precisa de uma política de gestão e recuperação”, sinaliza.
REPERCUSSÃO – O assunto alcançou repercussão nacional e foi destaque na capa do Jornal Folha de São Paulo da ultima quinta-feira (09). Na matéria intitulada “Braço da ONU é acionado por demolições no centro de Salvador”, Solange enfatiza que a medida foi necessária para que haja uma ação efetiva do poder público em relação à situação.